Esqueci...



Logo no inicio do fim a gente pensa que nunca vai esquecer, mas esquece. Ao menos eu esqueci!

Eu lembrei muito do teu cheiro, da tua voz e sabia decorado teus números de contato, teu e-mail, Skype, twitter... eu lembrava do gosto dos nossos beijos, do calor e cheiro do teu abraço, da forma como a gente dormia e como você acordava.

Eu sabia tua rotina, tuas caras e teus diferentes níveis de humor. Eu sabia que horas tu almoçavas e as besteiras que jantava quando chegava em casa, eu lembrava disso quase todo dia e não tinha um dia que eu não sentisse falta das tuas ligações e as conversas por mensagem.


Eu parei de andar perto da tua casa, eu não escutava aquelas bandas que tu me apresentaste, eu não via mais as séries que víamos juntos, eu não defendia mais as estranhas bizarrices que você amava. Eu queria esquecer tudo que me lembrava de ti, mas era um esforço tão em vão.


Sabe aquela coisa: quanto tu mais quer chegar em casa mais trânsito engarrafado aparece, pois era assim que eu me sentia, a cada esquina que eu virava eu via alguma coisa que te lembraria.

Era uma corrida desesperada pra te enterrar, te apagar, pra sarar todas as sacanagens que tu fizeste e perdoar a mim mesmo por ter acreditado e defendido você.

Ai eu descobri que o processo é inversamente proporcional, quanto mais eu tentava te esquecer pior ficava e mais ainda eu lembrava.



Eu deixei você ir, ai eu esqueci...

Esqueci do teu cheiro, do tom da tua voz, do numero do teu telefone, esqueci de quando é teu aniversário, o nome da tua mãe, do endereço da tua casa eu só lembro porque tem um bar na esquina.

Um dia eu acordei e não pensei em você no fim do dia eu percebi que tinha te esquecido.

Esqueci  do teu sotaque, das tuas gírias, esqueci até mesmo da tua bebida preferida. Hoje escuto aquela cantora que tu gosta, assisto as séries que descobrimos juntos e não lembro qual era o teu personagem favorito.

Eu não te apaguei do meu passado, mas esqueci dos detalhes que me lembravam de ti. Aqueles detalhes tão pequenos de nós dois apagaram-se como aqueles comprovantes de banco de papel amarelo, naturalmente com o tempo.

‘Viver é um livro de esquecimento. ’

A gente pensa que nunca vai esquecer, mas esquece.

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