Não barganhamos amor!




Nesse novo mundo cheio de encontros e informações instantâneas, pessoas encontram e desencontram amores com a mesma rapidez que a banda larga da internet chega a suas casas.

Nesse mundo os amores são rápidos como cozinhar miojo: a água esquenta, ferve, cozinha, tempera e pronto; o miojo pronto, come-se tudo e tudo se acaba, o amor era só um prazer imediato, uma fome que bateu.

Existem bazares virtuais pra se travar novos conhecimentos e assim comem-se mais amores instantâneos ou amor-miojo.

Abro instagram vejo um casal novo, acompanho as hastags, declarações, apelidos fofos, saudades imensas que duram umas 9 semanas e meia de amor, dias depois eles somem. 

Semanas depois ele posta uma foto qualquer  e ela apaga todas as fotos com ele.

Dali uns semanas ela já está no bazar virtual procurando o próximo sabor de miojo, esperando que dessa vez dure pelo menos o tempo que leva pra cozinhar uma feijoada.

As opções são tantas e variadas, os preços e cotações nos bazar são tão fúteis e fracos que a escolha não exige muito do pensar, ou no mundo novo é brega esperar, escolher, dar um tempo pra saber se é pra valer.

Ouvir de uma tia que hoje em dia é muito fácil desapegar, antigamente tentava se de tudo pra salvar o amor. Mesmo assim ainda existem pessoas hoje que tentam. As raras pessoas que sabem que seu coração não é bodega pra qualquer bebo pedir pinga e mandar ali ao troco de poucas moedas, de um valor qualquer.

Vivam aqueles que não barganham seus corações, que gostam de sua própria companhia e que não vivem na corrida desenfreada de ter um status de relacionamento.

Viva mesmo quem se respeita quem se conhece, quem sabe que não é qualquer nota bossa nova que vai engatar sua vida em outra, que não saem caçando o amor da vida por ai e se apegando a primeira carinha bonitinha que lhe sorri.

Um viva pra quem sabe ficar só, tem coisa pior que ouvir: ele/ela não sabe ficar só! Quão triste é alguém que precisa de outro pra ser feliz, que nem ela mesma consegue conviver com sua persona sozinha.

Não barganhamos amor, não nos colocamos em prateleiras, respeitamos nossas vontades, escolhas e preferências, somos exigentes quando assunto é  o nosso precioso coração, tendo em vista que passamos poucas e boas pra descobrir o que era melhor pra nós nessa vida.

Portanto não há barganha não insista, não temos pressa, a procura nos ajuda a descobrir tantos sabores pela vida.


Viva nós que sabemos o valor que temos.

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