Prioridade (eu)


Toda virada de ano eu faço promessas, peço ao universo, a Deus e as forças que movem esse mundo que me abençoem, me guiem!

Na virada pra 22, eu não prometi e nem pedi nada, o ano virou, abracei minha família, celebrei e fim.

Estamos no mês três e pra um ano que não prometi nada, não pedi nada, ele vem entregando muito! 

Tenho me visto no centro de certas emoções e situações que me forçam a priorizar a mim mesma, a dificuldade de uma pisciana com lua em câncer fazer isso, é surreal. 

Eu nunca soube guardar sentimentos ruins, mágoas, rancores e nunca fui boa em dizer não, mas as pancadas que levei em 21 me trouxeram pra 22 mais centrada em mim do que nas pessoas ao meu redor!

Meu lado maternal de querer cuidar, acolher e suprir todas as pessoas que eu gosto, que eu amo, que são parte da minha vida me tornou alguém que enfiava as próprias emoções numa caixa e vivia pra cuidar das emoções e problemas alheios, na minha ignorância isso me fazia evoluir como ser humano por estar sendo abdicada e empática. 

No entanto enquanto eu priorizava o processo do outro, o meu ficava ali aumentando de proporção e quando chegava uma nova situação que mexia com as minhas emoções eu desequilibrava. 
Ano passado, como diria Belchior: eu morri, na verdade quase sufoquei a mim e a outras pessoas com emoções intensas e bagunçadas, porque obviamente eu estava uma bagunça, já que arrumei a casa do vizinho e não a minha! 

Eu ainda não tô organizada e plena, eu tive situações esse ano que poderia ter surtado como ano passado, mas esse ano eu não morro, mesmo sangrando, mesmo chorando, esse ano eu não morro! 

Eu respirei, eu processei, eu tenho feito isso: respirado profundamente e processado tudo sozinha, em silêncio, conversando com um ou dois amigos pra desabafar. 

Mas sigo sem fazer alardes, grandes tretas, sem explodir o mundo que não tem nada haver com o que eu tô sentindo; e vai dizer pra uma pessoa com ascendente em áries que ela tem quer ter calma, eu também não tinha: eu me doava, me jogava, me rasgava inteira de emoções que nem valiam a pena, mas era tudo por conta dos processos mal resolvidos dentro de mim!

Eu larguei a mão de quem só sugava, de quem me sufocava, me cerquei das pessoas que eu confio e que respeitam meu espaço, eu silenciei ao invés de gritar quando gatilhos despertaram dores e sentimentos antigos, eu fui lentamente me colocando como a prioridade da minha vida e aos poucos dizendo não pra aquilo que não tô afim, mas que facilmente diria sim antes, eu me libertei dos fantasmas que andavam me assombrando e assim aos poucos eu tô me organizando, aos poucos eu tô entendendo que primeiro eu, depois os outros! 


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